junho . julho 22
Escrita Incomum
Construídas em parceria com a Escola da Palavra, as propostas foram desenhadas por dez poetas que nos convidam a repensar a escrita e a performance da poesia a partir de questões éticas e estéticas: - Como construir uma comunidade que não exclua a diferença? - Como fabular corpos provisórios e híbridos para sobreviver ao fim do espaço público? - Como transitar entre a voz, o risco e o gesto neste fim de partida tenebroso? - O que podem a escrita, a leitura e a produção de comunidades em torno dessas atividades diante da nossa República, que deixa muita gente de fora e inclui tantas outras a partir da ruína de seus mundos e de suas vidas?
Descrição das oficinas e datas
Outras repúblicas, com Lucas van Hombeeck e Rafael Zacca
2 e 3 de junho, 17h às 19h30
Nesta oficina vamos juntar um monte de gente, bicho e coisa estranha num lugar só e fundar uma república. Pode ficar uma república bem esquisita. A literatura e a história das comunidades estão cheias de acontecimentos assim, com pontes, portas, muros, cercas e campainhas que servem a muitos propósitos. A partir de textos e imagens de artistas contemporânexs – barbies apocalípticas, híbridos barrocos, monstros sentimentais etc –, vamos repensar como escrever poemas que inscrevem comunidades estranhas e incomuns (ou incomunidades) na nossa história e na história da poesia.
Jogo e fim de partida: modos de conviver, com Ana Luiza Rigueto e Gabriel Bustilho
09 e 10 de junho, 17h às 19h30
Presença, trocas de posição, risco. Um jogo coloca em cena diferentes modos de relação, e jogar envolve vontade de participar, incertezas e certo gasto de energia – só joga quem está vivo. Nesta oficina de poesia, através de leituras e exercícios de escrita, vamos experimentar estar em jogo. Com isso, podemos tensionar as distâncias entre vida e morte, indo da vertigem da ação às experiências de fim de partida e outros modos de convívio, como o luto.
Escritas para o chamamento, com Beatriz Malcher e Heyk Pimenta
23 e 24 de junho, 17h às 19h30
Qual é o lugar da fala poética diante da ruína pública? Como procurar e destrinchar mecanismos de escrita como uma potência de fala e de chamamento capaz (ou não) de interferências na ordem pública e privada? Vamos investigar formas coletivas e práticas de escrita para procurar por brechas entre o choque e a indiferença de nossos tempos, e entre a vida afetiva e a vida pública, atrás de interpenetrações entre elas.
Farsa: entre o poema e a performance, com Natasha Félix e Valeska Torres
30 de junho e 1º de julho, 17h às 19h30
O que se passa entre a escrita e a voz? Que gestos se disparam entre uma e outra? Esta oficina propõe dispositivos de escrita e performance para pensar o corpo e a fibra do poema. A partir dos trabalhos de Jota Mombaça, Linn da Quebrada, Roberta Estrela D’alva e Mano Brown colocaremos em prática exercícios de escrita, voz e corpo utilizando para efervescer a ação tendo como mediação o espaço do Museu da República.
Edição, montagem, recombinação, com Gabriela Perigo e Thadeu Santos
7 e 8 de julho, 17h às 19h30
O que faz parte de um processo de edição? Na construção de um livro, objeto ou imagem? Esta oficina propõe exercícios para o olhar de trabalhos em desenvolvimento, desafiando a criação de formas e estruturas. Ela se abre a poetas, escritores e artistas em geral, que queiram trabalhar o conteúdo produzido em outras oficinas do programa ou material próprio que precise de (des)organização. Entendemos a criação como massa de modelar, escultura deformável, e nos interessa provocar o desapego ao permanente. Para isso, pensaremos nas etapas dos processos de edição que constituem a realização de um trabalho: afinal, edição é também desconfiar da pureza da criação, elaborar rearranjos de montagem, questionar os sentidos da reprodução técnica.
Investimento
1 oficina R$ 150
5 oficinas R$ 600
A cada 5 inscritos pagantes 1 bolsa integral prioridade para pessoas não brancas, não binárias, periféricas.
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